"O Prêmio Nobel de Mario Vargas Llosa veio no momento certo. (...) O novo romance, O sonho do celta, é uma adição magnífica a uma obra que a Academia Sueca premiou com total acerto."
The Times Literary Suplement
"Uma obra-prima, em que a documentação histórica se alia à audácia e à genialidade do novo Nobel."
ABC, Espanha
"Um romance excepcional."
El País
Em O sonho do celta, Mario Vargas Llosa volta à forma do romance histórico para narrar a saga de Roger Casement, um personagem complexo, muitas vezes controverso. Irlandês a serviço do Império Britânico, Casement conheceu a violência da colonização na África e na América do Sul no começo do século XX. Ao denunciar os abusos e os maus-tratos contra colonos, passou a valorizar a liberdade acima de tudo. E, em nome da liberdade, voltou-se contra seu próprio governo
Em 1916, encarcerado em um presídio de segurança máxima em Londres, Roger é acusado pelo governo inglês de alta traição e aguarda sua sentença. Apenas cinco anos antes, havia sido nomeado Cavalheiro. Agora, abandonado por quase todos os amigos, difamado pela opinião pública, corre o risco de ser executado.
Vargas Llosa recria a jornada de Casement - das atrocidades no Congo Belga, passando pela exploração da borracha na Amazônia, até a luta pela independência da Irlanda - num livro que fala essencialmente sobre coragem e superação.
Para o autor, este é também um livro que fala sobre como "certas circunstâncias desumanizam os homens até transformá-los em monstros": "No Peru ocorreu o mesmo que aconteceu no Congo, com o sistema de extração de borracha. Cometiam-se as maiores atrocidades sob a mais absoluta impunidade. É como uma espécie de imersão no mal. Casement viu tudo isso de perto, mas conseguiu manter distância e se proteger da loucura escrevendo e documentando o que via", analisa o escritor em entrevista ao jornal El País.
Segundo Vargas Llosa, o nacionalismo fervoroso de Casement, característica incomum em seus heróis literários, reflete o aspecto mais idealista do termo: "Sempre tive horror dessa forma de fanatismo. O nacionalismo me parece a pior construção do homem. E o caso mais extremo de nacionalismo é o cultural, ainda que em certas circunstâncias ele possa representar valores libertários."
Vargas Llosa reconhece que em certas "civilizações esmagadas", que aspiram a libertar-se de seus colonizadores, o nacionalismo tem um valor positivo. "Mas ele é perigoso quando se converte em uma ideologia. Aí, pode significar violência, prejuízos, distorção de valores. Casement incorporou o lado mais idealista, que é o que luta contra o opressor."
Nenhum comentário:
Postar um comentário