quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Resenha de Gatos Guerreiros - Na Floresta

E se seu gato saísse para um passeio durante uma tarde em seu quintal e fosse repreendido por um gato da floresta? E se desse encontro surgisse uma oportunidade de viver a verdadeira vida de gato — caçando sua comida e protegendo seus companheiros?
Esse é basicamente o pontapé de Gatos Guerreiros – Na Floresta, de Erin Hunter. Talvez ao ler isso ou qualquer outra sinopse possamos, preconceituosamente, pensar que se trata de uma historinha para crianças que fica andando em círculos para conseguir contar uma história — com criaturas que para muitos são sem graças e ‘não-ficcionáveis’ — de 317 páginas só nesse primeiro livro de uma série que conta com outros cinco (não contando as companion series). Mas qualquer um que pensar desta forma estará de equivocando, visto que se trata de uma história bem escrita da qual se pode tirar reflexões.


— Viver uma vida de facilidades com um Duas-Pernas¹ com tempo para comer, poucas coisas com que se divertir ou seguir sua própria natureza, o que você verdadeiramente quer fazer, não o que você faz por estar acostumado a fazer ou por temer se o que você quer mesmo fazer não dê certo, é a melhor forma de enfrentar o que nos é dado? O que é uma questão que está sempre nos assombrando que é representada, no começo do livro, pela personagem do “gatinho de gente” Ferrugem.

— E também a questão de seguir os instintos, a intuição, ou que o coração diz; em momentos que segui-lo ou não pode fazer uma grande diferença e causar grandes danos e arrependimentos.

Além dessas reflexões que se dizem respeito aos sentimentos, também encontrar, intricados às entrelinhas da história de clãs de gatos que lutam para manter seu território de caça e seus membros vivos, reflexões da presença dos Duas-Caras, nós os humanos, e os danos que trás ao ambiente dos gatos e das florestas.

“— Os Duas-Pernas puseram essas árvores aqui — miou Garra de Tigre. — Eles as derrubam com criaturas de cheiro ruim que vomitam tanta fumaça que deixa os gatos cegos (...).
Pata de Fogo parou e procurou ouvir o rugido do comedor de árvores, que já conhecia.”
—página 77
Mais que reflexões que você pode tirar do âmago da história você também poderá encontrar cenas divertidas, emocionantes, cenas que fazem você ficar em duvida e querer odiar certas personagens e adorá-las mesmo que as personagens não o fazem. Se você estiver na tão atual e comum “resaca literária” indico a você este livro, se você está querendo dar um tempo no sobrenatural e no YA, também o indico a você. O desenrolar impressionante de uma história que a primeira vista pode parecer uma história de gatos sem graça, mas que fará você se viciar nos primeiros capítulos, perder o fôlego nos últimos e chorar por não ter o próximo livro em mãos para saber como se procede a história depois do surpreendente fim e como se atam as linhas deixadas em aberto no final.
Pessoalmente, acho que este livro merece todas as pontuações máximas: cinco estrelas, dez, A+, medalha de ouro, porque vai ser mesmo empolgante depois que a história pegar seu vapor e ir se desenrolando. Espero que isso também aconteça com vocês.


¹ humanos; achei essa caracterização bem legal para representar como os gatos nos “veem”.

Um comentário:

  1. estou louc para ler este livro. descobri ele recentemene, e a história me encantou

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